Do celibato ao “boysober”: a nova onda do autocuidado nas redes sociais
O celibato, prática milenar muitas vezes associada a religião ou filosofia, ganhou uma nova roupagem na era digital. Nas redes sociais, o movimento “boysober” vem chamando atenção ao propor que mulheres se afastem temporariamente de sexo e relacionamentos em nome do autocuidado e do equilíbrio pessoal.
A origem do conceito
O termo foi criado pela comediante Hope Woodard, de 28 anos, que inicialmente cunhou a ideia como uma forma de evitar homens e priorizar a si mesma. Com o tempo, porém, o conceito se expandiu para algo mais abrangente: uma pausa consciente em relações românticas e sexuais, independentemente do gênero envolvido.
Para Woodard, o “boysober” não se trata de rejeição, mas sim de um convite à introspecção. A proposta é que mulheres possam dedicar mais energia a seus próprios projetos, sonhos e saúde mental, em vez de concentrar esforços em relacionamentos que, muitas vezes, podem gerar desgaste emocional.
Tendência entre jovens gerações
O movimento dialoga com um cenário já em transformação. Pesquisas indicam que a abstinência sexual tem crescido entre Millennials e Gen Z. Um levantamento de 2024 realizado pelo Kinsey Institute revelou que uma em cada seis mulheres não está sexualmente ativa.
Especialistas apontam que a combinação de fatores como a busca por autoconhecimento, o impacto da pandemia, mudanças nos valores de intimidade e o cansaço com dinâmicas amorosas desgastantes pode estar por trás dessa tendência.
Autocuidado em primeiro lugar
Mais do que um modismo, o “boysober” reflete uma mudança cultural. O movimento ressignifica o celibato ao vinculá-lo ao bem-estar emocional e ao autodesenvolvimento. Para muitas mulheres, essa pausa representa não apenas o afastamento de parceiros, mas também uma oportunidade de repensar prioridades, fortalecer amizades e investir no próprio crescimento.
Em tempos em que redes sociais ditam comportamentos, o “boysober” mostra como práticas antigas podem ser resgatadas e reinterpretadas para responder às demandas emocionais e sociais de uma nova geração.
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