..::data e hora::.. 00:00:00
topo_posts

Privação de Sono: A Exaustão Silenciosa da Maternidade Real

por | jul 17, 2025 | Marianne Valicelli, SLIDER | 0 Comentários

A privação de sono na maternidade não é apenas uma fase passageira — é um desafio profundo, físico e emocional, vivido em silêncio por milhões de mulheres. É uma daquelas partes da maternidade que pouca gente mostra nas fotos de família ou nos posts do Instagram.

Ela se esconde nos olhos vermelhos, na irritação fora de hora, no esquecimento de tarefas simples, na dificuldade de raciocinar, na ansiedade que cresce no escuro da madrugada… e na culpa que aparece quando você se sente no limite, mesmo amando tanto o seu filho.

Não dormir impacta mais do que o corpo. Impacta quem a mãe é.

O cansaço extremo altera o humor, afeta a saúde mental e interfere diretamente no vínculo com o bebê. Não porque a mãe ama menos — mas porque seu corpo está em estado de alerta constante. Quando o cérebro não consegue descansar, ele entra em modo de sobrevivência. A mente perde foco, a paciência se esgota mais rápido, e até o senso de identidade pode se perder: “Quem sou eu, além dessa mulher exausta com olheiras profundas?”

Além disso, a privação de sono compromete:

  • A capacidade de tomada de decisões.
  • A produção hormonal (inclusive de ocitocina e prolactina).
  • O equilíbrio emocional.
  • A imunidade.

E o que é ainda mais cruel: muitas mães não têm rede de apoio para descansar. Vivem em uma sociedade que exige produtividade e sorriso no rosto, enquanto enfrentam noites picadas, despertares constantes e uma exaustão que ninguém vê.

A falsa romantização do “é só uma fase”

Sim, é uma fase. Mas isso não quer dizer que ela seja leve. E não significa que toda mãe precisa aceitá-la calada, como se fosse parte do pacote materno. Cada bebê é único, e há crianças que acordam várias vezes por noite por meses — algumas até anos. Dizer que “passa” pode até trazer um pouco de esperança, mas também invalida o cansaço real e presente.

Você não está sendo fraca. Você está exausta. E com razão.

  • Já chorou sem saber por quê?
  • Já sentiu raiva de acordar pela quarta vez de madrugada, e depois se culpou por isso?
  • Já desejou poder dormir só uma noite inteira, como antes, e depois se sentiu ingrata por esse desejo?

Essas sensações são comuns. Mas não são sinais de falha. São sinais de um corpo e uma mente que precisam de descanso. E acolhimento.

O que pode ajudar (dentro do possível):

🌙 Estabelecer uma rotina noturna para o bebê, mesmo que ainda não funcione perfeitamente. Às vezes, o ambiente já ajuda a criar um pouco mais de previsibilidade.

🤝 Dividir tarefas noturnas com o parceiro ou rede de apoio, quando possível. Uma noite de sono ininterrupto pode renovar tudo.

🧠 Falar sobre o que está sentindo. Compartilhar o peso alivia. Ter alguém que ouve sem julgar faz diferença.

🛌 Cuidar do básico: alimentação, hidratação e pausas. A gente esquece que o corpo precisa de combustível pra seguir.

E mais do que tudo: validar o próprio cansaço. Parar de se cobrar tanto. Entender que você é suficiente, mesmo de olhos cansados, mesmo no limite. A maternidade real também é feita desses momentos.

Você merece descansar. Mesmo sendo mãe.

Ser mãe não significa estar disponível 24 horas por dia, sete dias por semana. Seu bebê precisa de você — mas precisa de você bem. E você também precisa de você.

Que a gente normalize mais mães dizendo “estou exausta” sem serem julgadas.

E que um dia o descanso não seja luxo — mas direito.

final_texto_post

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

/*** Collapse the mobile menu - WPress Doctor ****/