Quando um bebê nasce, ele não carrega apenas fraldas, mamadas e choros. Ele carrega um universo inteiro de necessidades emocionais — mesmo sem saber expressá-las com palavras. E no centro de tudo isso, está uma das coisas mais simples e, ao mesmo tempo, mais profundas que podemos oferecer: a presença.
Nos primeiros meses de vida, o bebê ainda não entende muito sobre o mundo. Mas ele sente. Ele sente o toque, o tom de voz, o cheiro, o ritmo do coração de quem cuida. E a cada resposta que recebe ao choro, a cada olhar trocado, a cada colo dado com intenção, ele vai formando algo essencial: a sensação de que está seguro.
Essa segurança é a base de tudo.
Não estamos falando aqui de estar grudada o tempo inteiro, como se fosse necessário anular a própria identidade para ser uma boa mãe. Estar presente é outra coisa. É estar com atenção. É deixar o celular de lado por alguns minutos para observar como ele brinca. É responder ao choro com empatia. É brincar, rir, acolher, oferecer colo emocional (e físico também) nos momentos em que o mundo parece grande demais para ele.
Quando o bebê sente que tem a quem recorrer, ele aprende a confiar. No outro. No ambiente. Em si mesmo. E isso não desaparece com o tempo — é justamente isso que constrói o emocional da criança, do adolescente e do adulto que ele vai se tornar.
Porque crianças que crescem com vínculos seguros têm mais facilidade em lidar com frustrações, tendem a desenvolver uma autoestima mais estável, e não precisam se esforçar tanto para merecer amor ou validação.
E o mais bonito? Isso não exige perfeição. Exige intenção.
Ser presença não significa não errar. Significa estar ali mesmo quando erra. Reconhecer, reparar, seguir. Significa ser o porto seguro, não a muralha impenetrável.
Significa mostrar que amor também é rotina, repetição, cuidado e entrega diária. Porque amor que se vive no cotidiano, vira memória emocional. E memória emocional é o que forma a base de quem somos.
No fim das contas, o bebê não precisa de tudo. Precisa de você. Presente, disponível, imperfeita e real.
E isso já é muito mais do que suficiente.
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