Tem coisas na maternidade que não dá pra explicar, só sentir. E uma delas, sem dúvida, é o cheiro do nosso filho. Quem é mãe sabe: não tem perfume importado que se compare ao cheirinho da cabeça deles, ao aroma que fica no pescocinho depois de um cochilo ou até aquele cheirinho de leite misturado com cobertor. É um vício. Um aconchego. Um calmante natural.
Pesquisas até já mostraram que o cheiro do bebê ativa no cérebro das mães áreas relacionadas à recompensa e prazer — sim, como acontece quando comemos chocolate ou nos apaixonamos. Mas a ciência não precisava nem confirmar isso, né? A gente já sabia na pele (e no nariz).
É automático: o bebê dorme, a gente fica ali, cheirando. Eles crescem, e a gente continua passando a mão no cabelo deles só pra sentir aquele perfume que é só deles. É como se aquele cheiro fosse um lembrete: “tá tudo bem, ele é meu, ele tá aqui”.
Às vezes, num dia difícil, basta um cheirinho da nossa cria pra dar uma acalmada no coração. Pode ser na hora da amamentação, depois do banho, ou até naquele momento em que eles dormem no nosso colo suando leite e sono. É nessa mistura de cheiros que mora a paz que o mundo lá fora não consegue oferecer.
O mais doido é que, mesmo exaustas, estressadas, com mil coisas na cabeça, a gente ainda encontra tempo pra parar e… cheirar. E aí parece que o tempo pausa. Que aquele momento é só nosso. Que não existe nada mais importante.
Se você já se pegou cheirando seu filho dormindo, com o olho marejado e o coração quentinho, saiba: você não está sozinha. Esse vício tem nome: amor em estado bruto.
0 comentários